segunda-feira, 4 de maio de 2020



ATENÇÃO 2* ANO,  FOCO NA REDAÇÃO!!!  


Qual a estrutura da redação Enem?

A estrutura da redação Enem segue o modelo do gênero textual dissertativo-argumentativo, que consiste na defesa de um ponto de vista por meio da discussão de argumentos e da análise crítica deles. Além disso, esse texto se caracteriza por sua estrutura dividida em introdução, desenvolvimento e conclusão.  
Então, pensando na importância de entender cada uma dessas partes, a seguir vamos falar um pouco mais sobre a composição delas para a estrutura da redação Enem. Confira!

 

1.Introdução

A introdução é aquele parágrafo inicial da sua redação que deve conter cerca de 5 linhas e tem o objetivo de contextualizar o leitor sobre o assunto que você discutirá ao longo do texto. 
 Confira algumas características importantes dessa parte:
a) Chame a atenção do leitor
Por ser o início do seu texto, vale lembrar que você deve aguçar a curiosidade do leitor, fazendo, assim, com que ele se interesse por continuar a leitura. 
Como na redação do Enem o corretor não possui a opção de deixar de ler, essa chamada de atenção serve para fazê-lo se interessar mais pelo seu texto. Afinal de contas, ele estará lendo milhares de redações sobre o mesmo assunto, então se destacar é chave fundamental para garantir uma nota boa.
Mas se você estiver se perguntando: como faço para chamar atenção?

Escolha citações, frases de efeito, definições, exemplos, alusões históricas ou dados que tornem a primeira frase do seu texto chamativa e interessante, instigando a leitura do restante da redação. 

b) Contextualize o tema
Agora que você já chamou a atenção do leitor, é hora de contextualizar a primeira frase com o tema proposto pela redação. É nesse momento que você explica a relação com o tema e já começa a introduzir qual será o ponto de vista defendido por você.
Ou seja, não adianta nada colocar uma frase de um filósofo famoso se você não conseguir relacioná-la com o assunto da redação. É preciso ter lógica e conexão!

c) Defenda uma tese 
Apesar de não precisar, necessariamente, aparecer na última frase do seu parágrafo introdutório, é importante que você deixe evidente qual será a tese defendida por você. Assim, fica claro para o corretor qual será o ponto de vista debatido ao longo da sua redação.
Mas cuidado, não confunda tema com tese. O tema é o assunto sobre o qual você discutirá e, a tese, é uma proposição sobre o tema, ou seja, é o seu posicionamento em relação a ele.

2. Desenvolvimento
Na estrutura da redação Enem, os próximos dois ou três parágrafos do seu texto devem ser dedicados ao desenvolvimento do seus argumentos, utilizando cerca de 7 linhas para cada.
Os parágrafos de desenvolvimento são aqueles em que você apresenta os argumentos que defendem a sua tese, com o objetivo de convencer o leitor a respeito do seu posicionamento. 
Mas lembre-se que vale mais desenvolver bem um argumento por parágrafo do que expor vários argumentos sem desenvolvê-los. 
Bem, veja alguns pontos importantes da estrutura da redação Enem no desenvolvimento:

a) Utilize um tópico frasal
O tópico frasal é responsável por introduzir a ideia central de um parágrafo. Então, da mesma forma que o seu texto apresenta uma introdução, desenvolvimento e conclusão, os parágrafos devem apresentar início, meio e fim. 
Por isso, esse tópico frasal será a ideia central do seu parágrafo, a partir dela você desenvolverá ideias secundárias relacionadas à principal.

b) Desenvolva o seu argumento
Depois de estabelecida a ideia central do seu parágrafo, é hora de desenvolvê-la com argumentos sólidos e verídicos que comprovem a sua tese. 
E, por se tratar de um texto dissertativo-argumentativo, você não deve apenas expor informações, mas sim analisá-las de forma crítica para convencer o leitor sobre elas e mostrar que você tem autoridade sobre aquilo que está abordando.

c) Conecte suas ideias 
Então, já que cada parágrafo deve ter a sua conclusão, você deve finalizá-lo conectando as ideias e mostrando o sentido delas terem sido discutidas.

3. Conclusão
Por fim, a conclusão é o parágrafo que finaliza a estrutura da redação Enem e deve conter, aproximadamente, 5 linhas. Aqui, você não deve mais abordar novos argumentos, mas sim relacionar, com a sua tese, aqueles que já foram expostos e propor soluções para os problemas abordados ao longo do texto de forma a concluir seu pensamento.
Alguns tópicos importantes desse parágrafo são:

a) Sintetize suas ideias 
Como a ideia do parágrafo de conclusão é concluir tudo o que foi abordado ao longo da redação, sintetizar a sua ideia principal é uma forma de começar a finalização do texto, conectando todas as suas ideias e garantindo a coerência da redação.

b) Faça propostas de intervenções detalhadas
A estrutura da redação Enem exige proposta de intervenção para o problema abordado no tema. Por isso, depois de introduzir o leitor ao parágrafo, você deve mostrar as intervenções que podem ser feitas para lidar com o problema. 
E, para receber uma pontuação boa na competência V dos critérios de avaliação desse Exame, é muito importante que você detalhe o agente, o que fazer, como fazer e a finalidade da medida. 

c) Finalize com “chave de ouro”
Da mesma forma que a introdução aguça a curiosidade do leitor, ou, nesse caso, do corretor, a continuar a leitura do seu texto, a conclusão deixa a impressão final sobre a sua redação.
E, pensando que é depois da conclusão que o corretor dará uma nota para a sua produção, é muito importante que essa impressão final deixe-o satisfeito com o seu texto. Ou seja, tente deixar o corretor “de boca aberta”.
Então, aqui é importante dar aquele toque final e mostrar que tudo o que você disse está conectado e possui uma lógica para estar ali. Além disso, é muito importante retomar a introdução, amarrando todas as pontas da sua redação.
VAMOS LÁ!!!  VOCÊ CONSEGUE!!!

ESTRUTURA DO PARÁGRAFO-PADRÃO

Como vimos, o parágrafo-padrão compõe-se de:
  •        tópico frasal ou frase-núcleo: contém a síntese da ideia central de todo o parágrafo.
  •       frases de desenvolvimento: são utilizadas para comentar, exemplificar, desenvolver, ampliar o tópico frasal.
  •       frases de conclusão: são utilizadas para fechar o parágrafo, arrematando a ideia.



A IMPORTÂNCIA DO TÓPICO FRASAL

O tópico frasal é de suma importância tanto para quem escreve quanto para quem lê o parágrafo.
      Para quem escreve, é importante para não “se perca” ao escrever, pois terá aquela ideia como base do parágrafo, evitando assim um aglomerado de ideias soltas. O tópico frasal será o seu “norte”.
      Para o leitor, é importante porque, ao iniciar a leitura do parágrafo tópico frasal, ele já sabe que ideia irá encontrar ao longo do parágrafo.

TIPOS DE TÓPICO FRASAL

Os principais tipos de tópico frasal são:

a) DECLARAÇÃO INICIAL: Faz-se uma declaração inicial, que será comentada em seguida.Ex:

“O conhecimento nasceu como uma extensão do corpo, para ajudá-lo a viver. O corpo sentiu dor, e a dor fê-lo usar a inteligência a fim de encontrar uma receita para por fim à dor. O corpo sentiu prazer, e o prazer fê-lo usar a inteligência a fim de encontrar uma receita para repetir a experiência de prazer. Esse é o início do conhecimento. Foi assim que nasceu a ciência.”(RUBEM ALVES. Folha de S. Paulo, 12.09.99.)


b) DEFINIÇÃO: É uma forma de iniciar parágrafos sobre termos que pedem uma ligeira conceituação.Ex:

O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação humana.”(Maria Lucia Aranha, Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992, p. 62)

c) DIVISÃO: Usa-se um numeral ou um pronome indefinido no plural como vários, alguns, etc. O que se faz em seguida é apresentar as ideias como uma enumeração.Ex:

“O povoamento do sul do Brasil processou-se de dois modos diferentes: no litoral, pela vinda de colonos açorianos, que chegavam com algumas ferramentas, sementes, um pouco de dinheiro; no interior, pela chegada de famílias paulistas, que seguiam os caminhos do altiplano. O duplo aspecto do povoamento dará lugar a dois tipos de sociedade e dois tipos de economia.”(Roger Bastide, Brasil: Terra de Contraste)

d) ALUSÃO HISTÓRICA: Utiliza-se algum fato histórico como ponto de partida para desenvolver o parágrafo.Ex:

“Após a queda do muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competição. Preparou-se o terreno para a construção da chamada aldeia global.”(Antonio Carlos Viana)

e) INTERROGAÇÃO (PERGUNTA): Inicia-se o parágrafo com uma pergunta que desperta a reflexão do leitor. A pergunta não é respondida de imediato, mas ao longo da argumentação.Ex:

Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim. A cada ano, o cidadão é lesado por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.”(Antonio Carlos Viana)

f) ADJETIVAÇÃO: O uso de dois ou mais adjetivos servem de base para a argumentação.Ex:

“O atual e crescente interesse pelo canto gregoriano é notável e compreensível. Notável porque se dá numa época em que tudo o que está na moda tem de ser barulhento e acelerado; compreensível porque nenhuma outra música proporciona uma sensação de tranquilidade e paz interior tão profunda. Os cantos tranquilizadores conquistaram o mundo em busca de uma nova espiritualidade.”(Encarte do CD Vozes da tranquilidade, Reader’sDigest Música)

g) CITAÇÃO: Inicia-se o parágrafo com a citação de alguma frase interessante dita por alguém renomado.Ex:

“Todo brasileiro é mestiço. Se não no sangue nas ideias.” A observação é Sílvio Romero, e foi feita há cerca de um século. De fato, o material de que se alimenta a vida espiritual de todos os brasileiros provém de fontes étnicas muito diversas e muito misturadas. Tradições culturais europeias se cruzam com raízes africanas e matrizes indígenas, antes de receberem influências asiáticas, sobretudo através da imigração japonesa. A riqueza (a universalidade) de uma cultura nacional depende de muitos fatores. E depende, decisivamente, de sua capacidade de saber assimilar a diversidade das experiências humanas que lhe chegam, através dos mais distintos caminhos.
(Leandro Konder, O Globo, 11 out. 1992.)


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