ATENÇÃO 2* ANO, FOCO NA REDAÇÃO!!!
Qual a estrutura da redação Enem?
A
estrutura da redação Enem segue o modelo do gênero textual dissertativo-argumentativo, que consiste na defesa de um ponto de vista por meio da discussão de argumentos e da análise
crítica deles.
Além disso, esse texto se caracteriza por sua estrutura dividida em introdução, desenvolvimento e
conclusão.
Então,
pensando na importância de entender cada uma dessas partes, a seguir vamos
falar um pouco mais sobre a composição delas para a estrutura da redação Enem.
Confira!
1.Introdução
A
introdução é aquele parágrafo inicial da sua redação que deve conter cerca
de 5 linhas e
tem o objetivo de contextualizar o leitor sobre o assunto que você discutirá ao
longo do texto.
Confira algumas características
importantes dessa parte:
a) Chame a atenção do leitor
Por
ser o início do seu texto, vale lembrar que você deve aguçar a curiosidade do
leitor, fazendo, assim, com que ele se interesse por continuar a leitura.
Como
na redação do Enem o corretor não possui a opção de deixar de ler, essa chamada
de atenção serve para fazê-lo se interessar mais pelo seu texto. Afinal de
contas, ele estará lendo milhares de redações sobre o mesmo assunto, então se
destacar é chave fundamental para garantir uma nota boa.
Mas
se você estiver se perguntando: como faço para chamar atenção?
Escolha citações, frases de efeito, definições,
exemplos, alusões históricas ou dados que tornem a primeira frase do seu texto
chamativa e interessante, instigando a leitura do restante da redação.
b)
Contextualize o tema
Agora
que você já chamou a atenção do leitor, é hora de contextualizar a primeira
frase com o tema proposto pela redação. É nesse momento que você explica a
relação com o tema e já começa a introduzir qual será o ponto de vista
defendido por você.
Ou
seja, não adianta nada colocar uma frase de um filósofo famoso se você não
conseguir relacioná-la com o assunto da redação. É preciso ter lógica e
conexão!
c)
Defenda uma tese
Apesar
de não precisar, necessariamente, aparecer na última frase do seu parágrafo introdutório,
é importante que você deixe evidente qual será a tese defendida por você. Assim, fica claro para o
corretor qual será o ponto de vista debatido ao longo da sua redação.
Mas
cuidado, não confunda tema com tese. O tema é o assunto sobre o
qual você discutirá e, a tese, é uma proposição sobre o tema, ou seja, é o seu
posicionamento em relação a ele.
2.
Desenvolvimento
Na
estrutura da redação Enem, os próximos dois ou três parágrafos do seu texto
devem ser dedicados ao desenvolvimento do seus argumentos, utilizando cerca
de 7 linhas para cada.
Os
parágrafos de desenvolvimento são aqueles em que você apresenta os argumentos que defendem a sua tese, com o
objetivo de convencer o leitor a respeito do seu posicionamento.
Mas
lembre-se que vale mais desenvolver bem um argumento por parágrafo do que expor
vários argumentos sem desenvolvê-los.
Bem,
veja alguns pontos importantes da estrutura da redação Enem no desenvolvimento:
a)
Utilize um tópico frasal
O
tópico frasal é responsável por introduzir a ideia central de um
parágrafo. Então, da mesma forma que o seu texto apresenta uma introdução,
desenvolvimento e conclusão, os parágrafos devem apresentar início, meio e
fim.
Por
isso, esse tópico frasal será a ideia central do seu parágrafo, a partir dela
você desenvolverá ideias secundárias relacionadas à principal.
b)
Desenvolva o seu argumento
Depois
de estabelecida a ideia central do seu parágrafo, é hora de desenvolvê-la
com argumentos sólidos e verídicos que
comprovem a sua tese.
E,
por se tratar de um texto dissertativo-argumentativo, você não deve apenas
expor informações, mas sim analisá-las de forma crítica para
convencer o leitor sobre elas e mostrar que você tem autoridade sobre aquilo
que está abordando.
c)
Conecte suas ideias
Então,
já que cada parágrafo deve ter a sua conclusão, você deve finalizá-lo
conectando as ideias e mostrando o sentido delas terem sido discutidas.
3.
Conclusão
Por
fim, a conclusão é o parágrafo que finaliza a estrutura da
redação Enem e deve conter, aproximadamente, 5 linhas. Aqui, você
não deve mais abordar novos argumentos, mas sim relacionar, com a sua tese,
aqueles que já foram expostos e propor soluções para os problemas abordados ao
longo do texto de forma a concluir seu pensamento.
Alguns
tópicos importantes desse parágrafo são:
a)
Sintetize suas ideias
Como
a ideia do parágrafo de conclusão é concluir tudo o que foi abordado ao longo
da redação, sintetizar a sua ideia principal é uma forma de começar a
finalização do texto, conectando todas as suas ideias e garantindo a coerência da redação.
b)
Faça propostas de intervenções detalhadas
A
estrutura da redação Enem exige proposta
de intervenção para
o problema abordado no tema. Por isso, depois de introduzir o leitor ao
parágrafo, você deve mostrar as intervenções que podem ser feitas para lidar
com o problema.
E,
para receber uma pontuação boa na competência V dos critérios de avaliação
desse Exame, é muito importante que você detalhe o agente, o que fazer, como
fazer e a finalidade da medida.
c)
Finalize com “chave de ouro”
Da
mesma forma que a introdução aguça a curiosidade do leitor, ou, nesse caso, do
corretor, a continuar a leitura do seu texto, a conclusão deixa a impressão
final sobre a sua redação.
E,
pensando que é depois da conclusão que o corretor dará uma nota para a sua
produção, é muito importante que essa impressão final deixe-o satisfeito com o
seu texto. Ou seja, tente deixar o corretor “de boca aberta”.
Então,
aqui é importante dar aquele toque final e mostrar que tudo o que você disse
está conectado e possui uma lógica para estar ali. Além disso, é muito
importante retomar a introdução, amarrando todas as pontas da sua redação.
VAMOS LÁ!!! VOCÊ CONSEGUE!!!
ESTRUTURA DO
PARÁGRAFO-PADRÃO
Como
vimos, o parágrafo-padrão compõe-se de:
- tópico frasal ou frase-núcleo: contém a síntese da ideia central de todo o parágrafo.
- frases
de desenvolvimento: são utilizadas para comentar, exemplificar, desenvolver,
ampliar o tópico frasal.
- frases
de conclusão: são utilizadas para fechar o parágrafo, arrematando a ideia.
A IMPORTÂNCIA DO
TÓPICO FRASAL
O
tópico frasal é de suma importância tanto para quem escreve quanto para quem lê
o parágrafo.
• Para
quem escreve, é importante para não “se perca” ao escrever, pois terá aquela
ideia como base do parágrafo, evitando assim um aglomerado de ideias soltas. O
tópico frasal será o seu “norte”.
• Para
o leitor, é importante porque, ao iniciar a leitura do parágrafo tópico frasal,
ele já sabe que ideia irá encontrar ao longo do parágrafo.
TIPOS DE TÓPICO
FRASAL
Os principais tipos de tópico frasal são:
a) DECLARAÇÃO INICIAL: Faz-se uma declaração inicial,
que será comentada em seguida.Ex:
“O conhecimento nasceu como uma extensão do corpo,
para ajudá-lo a viver. O corpo sentiu dor, e
a dor fê-lo usar a inteligência a fim de encontrar uma receita para por fim à
dor. O corpo sentiu prazer, e o prazer fê-lo usar a inteligência a fim de
encontrar uma receita para repetir a experiência de prazer. Esse é o início do
conhecimento. Foi assim que nasceu a ciência.”(RUBEM
ALVES. Folha de S. Paulo, 12.09.99.)
b) DEFINIÇÃO: É uma forma de iniciar parágrafos sobre
termos que pedem uma ligeira conceituação.Ex:
“O mito, entre os povos primitivos, é uma forma
de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres
da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e
não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos
fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as
formas da ação humana.”(Maria Lucia Aranha,
Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992, p. 62)
c) DIVISÃO: Usa-se um numeral ou um pronome
indefinido no plural como vários, alguns, etc. O que se faz em seguida é
apresentar as ideias como uma enumeração.Ex:
“O povoamento do sul do Brasil processou-se de dois
modos diferentes: no litoral, pela vinda de colonos açorianos,
que chegavam com algumas ferramentas, sementes, um pouco de dinheiro; no
interior, pela chegada de famílias paulistas, que seguiam os caminhos do
altiplano. O duplo aspecto do povoamento dará lugar a dois tipos de sociedade e
dois tipos de economia.”(Roger Bastide,
Brasil: Terra de Contraste)
d) ALUSÃO HISTÓRICA: Utiliza-se algum fato
histórico como ponto de partida para desenvolver o parágrafo.Ex:
“Após a queda do muro de Berlim, acabaram-se os
antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a
globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou
em rota acelerada de competição. Preparou-se o terreno para a construção da
chamada aldeia global.”(Antonio Carlos Viana)
e) INTERROGAÇÃO (PERGUNTA): Inicia-se o
parágrafo com uma pergunta que desperta a reflexão do leitor. A pergunta não é
respondida de imediato, mas ao longo da argumentação.Ex:
“Será que é com novos impostos que a
saúde melhorará no Brasil? Os
contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco
que parece não ter fim. A cada ano, o cidadão é lesado por novos impostos para
alimentar um sistema que só parece piorar.”(Antonio Carlos Viana)
f) ADJETIVAÇÃO: O uso de dois ou mais adjetivos
servem de base para a argumentação.Ex:
“O atual e crescente interesse pelo canto
gregoriano é notável e compreensível. Notável porque se dá
numa época em que tudo o que está na moda tem de ser barulhento e acelerado;
compreensível porque nenhuma outra música proporciona uma sensação de tranquilidade
e paz interior tão profunda. Os cantos tranquilizadores conquistaram o mundo em
busca de uma nova espiritualidade.”(Encarte
do CD Vozes da tranquilidade, Reader’sDigest Música)
g) CITAÇÃO: Inicia-se o parágrafo com a citação
de alguma frase interessante dita por alguém renomado.Ex:
“Todo brasileiro é mestiço. Se não no sangue
nas ideias.” A observação é
Sílvio Romero, e foi feita há cerca de um século. De fato, o material de que se
alimenta a vida espiritual de todos os brasileiros provém de fontes étnicas
muito diversas e muito misturadas. Tradições culturais europeias se cruzam com
raízes africanas e matrizes indígenas, antes de receberem influências
asiáticas, sobretudo através da imigração japonesa. A riqueza (a
universalidade) de uma cultura nacional depende de muitos fatores. E depende,
decisivamente, de sua capacidade de saber assimilar a diversidade das
experiências humanas que lhe chegam, através dos mais distintos caminhos.(Leandro Konder, O Globo, 11 out. 1992.)